terça-feira, 20 de março de 2012

ENERGÉTICOS: EFICÁCIA E SEGURANÇA EM XEQUE

O consumo de energéticos, muito popular entre jovens, tem causado preocupação crescente entre cientistas. A combinação de ingredientes desses produtos foi analisada por pesquisadores das universidades do Texas e de Queensland (Austrália). Agora, o grupo questiona não só a eficácia, mas também a segurança de ingerir essas bebidas.
Em um artigo publicado na revista “The Mayo Clinic Proceedings”, os cientistas alertam para o alto nível de cafeína contido nos energéticos. De acordo com o texto, o consumo demasiado dessas bebidas poderia provocar danos sobre a pressão arterial, frequência cardíaca e função cerebral de consumidores mais vulneráveis àquela substância.
A equipe, liderada por John Higgins, destaca registros de convulsões associadas ao uso de energéticos. O trabalho cita, também, o caso de um jovem saudável de 28 anos que sofreu uma parada cardíaca após um dia de corrida de motocross. Em outro trecho, é lembrada a história de um adolescente de 18 anos, que morreu jogando basquete após beber duas latas de um energético. Ele também não apresentava problemas de saúde.
“Adolescentes e jovens adultos, atletas ou sedentários, estão consumindo energéticos em uma taxa alarmante”, escreveu Higgins. “Precisamos determinar se o uso desses produtos, a longo prazo, vai provocar efeitos deletérios”.
Coautor do estudo, o fisiologista do exercício Troy Tuttle contou ver muitos participantes de equipes esportivas recorrerem a energéticos em vez de isotônicos. O que, para ele, é um erro: “Os isotônicos são basicamente água com açúcar e eletrólitos. Os energéticos contêm uma grande quantidade de ingredientes, muitos ainda não pesquisados, especialmente quando combinados”.
João Carlos Bouzas, professor do Laboratório de Performance Humana da Universidade Federal de Viçosa, assegura que a troca de um produto pelo outro não surte efeito.
— Se houvesse qualquer comprovação de que o energético tem alguma propriedade para melhorar o desempenho atlético, ele estaria na lista de dopagem do Comitê Olímpico Internacional — explica.
Para o fisiologista Turíbio Leite de Barros, coordenador do Centro de Estudos em Medicina da Atividade Física e do Esporte, o energético tem sido usado como “bode expiatório”:
— A única substância que exige cautela num energético é a cafeína — avalia. — E cada lata tem 80 miligramas dela, uma dosagem oito vezes menor do que a permitida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária para venda de um produto. O energético é um bode expiatório porque muitos atribuem a ele a culpa que pertence a outras substâncias consumidas pelo mesmo público, como o álcool.

domingo, 18 de março de 2012

Como Pep se tornou Guardiola

Símbolo do Barcelona por uma década, Josep Guardiola pendurou as chuteiras em 2006 com o projeto de ser treinador. Ao contrário da maioria dos ex-jogadores que trilham esse caminho, foi estudar e buscar as lições de seus mentores. Propondo um futebol mais de razão que de resultados, Pep já conquistou 13 dos 16 títulos que disputou como técnico do Barça.
“Meu pai diz que preciso me reconverter. Pergunta o que quero fazer da vida. Não sei o que dizer; talvez que não vá fazer nada. Mas ele insiste, quer que eu me mexa, para não passar a imagem de preguiçoso. Mas, pai, talvez eu não faça nada mesmo da vida…”
Em 2 de agosto de 2006, Josep Guardiola deu uma de suas últimas entrevistas. Poucas semanas antes, ainda jogava no desconhecido Dorados de Sinaloa, time mexicano cujo nome soa mais como uma franquia de beisebol de segunda divisão do que como um clube de futebol profissional.
O fim de carreira do meia catalão não foi à sua altura e, em suas palavras, sua reconversão também não parece lá muito bem encaminhada. Mas, atrás do discurso depressivo, o que Guardiola não diz é que passou o verão em Madri. E que sabe exatamente para onde vai.
DIPLOMA
O mês de julho de 2006 é intenso para o ex-capitão do Barça. Todo dia, ele vai até o subúrbio de La Rosas, rumo à Ciudad del Fútbol, na capital da Espanha. Lá, acompanha aulas com assiduidade, preparando-se para se diplomar treinador. O aluno é aplicado e talentoso.
“A escola nacional de futebol espanhola não tem ranking de classificação para os diplomados, mas posso dizer tranquilamente que Guardiola estava entre os três melhores da classe”, lembra Oscar Callejo, secretário da escola.
Com o diploma em mãos, Guardiola não se dá por satisfeito. Para completar a formação, aconselha-se com treinadores que admira.
“Ele ligou para mim e para um monte de outros treinadores. Hoje parece coisa de doido: ligar para falar de jogo, analisar, descascar. Ele tem uma sede insaciável de debater. Eu sabia quando começavam as conversas com ele, mas nunca quando iam terminar”, diz o técnico argentino Angel Cappa.
Ex-adjunto de César Luis Menotti e depois de Jorge Valdano no Real Madrid, treinador do Huracan e do River Plate -foi quem descobriu Javier Pastore-, Cappa foi para a casa de Guardiola em Barcelona no final de 2006. “Não sei se ele já pensava em ser treinador, mas para mim era óbvio. É raro um jogador querer tanto colocar um jogo numa mesa de dissecação.”
LA VOLPE
Obsessivo e perfeccionista, Pep lista os técnicos com quem os quais gostaria de conversar. O primeiro é um argentino de bigode ameaçador, desconhecido na Europa, Ricardo La Volpe.
Na Copa do Mundo de 2006, Guardiola escreveu no jornal “El País”, e suas análises dos jogos e reflexões sobre futebol deixaram muita gente desconcertada. Só uma seleção agrada ao catalão. Não é a Alemanha de Jürgen Klinsmann, nem a Itália de Marcello Lippi, mas o México de La Volpe.
Ele escreveu: “Johan Cruyff dizia: o mais importante no futebol é que os melhores jogadores sejam os zagueiros. Se você sai com a bola, consegue jogar; se não, não faz nada. Johan diz que a bola equilibra um time. Se perde a bola, o time se desequilibra; se perde pouco, consegue manter o equilíbrio. La Volpe decidiu que sua defesa saísse jogando, e não que começasse jogando, o que é diferente.
“Para La Volpe, começar a jogar é tocar a bola entre os zagueiros, sem maiores intenções. Mas La Volpe os obriga a fazer outra coisa. Ele os obriga a sair jogando, obriga os jogadores e a bola a avançarem juntos e ao mesmo tempo. Soube que, nos treinos, La Volpe pede aos zagueiros que corram com a bola por 30 minutos sem parar. Se alguém faz um passe errado, se o campo não é usado em toda a sua extensão, se um passe não é dado para o goleiro como manda o jogo, ele pede para recomeçar do zero.
“Ele corrige, grita, e tudo recomeça. Uma vez, depois outra. Cem vezes, se for preciso. E ver seu México jogar é fantástico.”
Nem mais nem menos do que uma declaração de amor.
Mesmo que isso não agrade a Guardiola e ao seu romantismo, La Volpe foi demitido após ser eliminado nas oitavas de final, apesar de os mexicanos terem dominado a Argentina durante todo o jogo; o futebol só vive de vitórias.
Pouco acostumado a falar com a imprensa, La Volpe declarou: “Sei que Guardiola mencionou meu nome várias vezes, dizendo que fui um dos que mais o influenciaram. Talvez se inspirasse em mim nas triangulações ao chegar à área adversária. E disseram que dedicou a mim a Liga dos Campeões de 2009 [Barcelona 2 x 0 Manchester United], mas ele nunca me disse isso.
“Acho que seguimos o mesmo caminho. Gostamos de tomar a iniciativa do jogo, que o jogador assuma a responsabilidade de conduzi-lo. É assim que se faz bom futebol. Ele faz isso e ainda vence. Alguns de nós foram criticados por tentar e não vencer, é a regra do jogo”.
La Volpe seria demitido do Boca Juniors (2006), do Vélez Sarsfield (2007), do Monterrey (2008) e da seleção da Costa Rica (2011). Apaixonado pelo método argentino, como mostram suas relações com Cappa e La Volpe, por fim Guardiola atravessa o Atlântico.
Aproveitou uma viagem a trabalho de seu amigo David Tureba, cineasta e escritor, para voar a Buenos Aires. Era outubro de 2006.
ARGENTINA
Na capital argentina, Pep deixou sua bagagem num hotel do bairro de Palermo. A primeira visita que fez não foi a um treinador, mas a um nerd louro, um Mark Zuckerberg argentino, de cabelo comprido. Matias Manna é o criador do blog Paradigma Guardiola (paradigmaguardiola.blogspot.com). Ele analisa, com vídeos, pausas e reflexões perspicazes, o futebol de Pep.
“Desde 2005, vou decifrando a maneira de pensar e as convicções futebolísticas de Guardiola”, diz Manna. Ele conta como começou sua amizade com o atual treinador do Barcelona: “Eu o contatei por e-mail e ele respondeu. Sempre se mostrou aberto. Um dia, disse que estava vindo à Argentina e propôs um encontro. Passamos um dia juntos. Falamos muito de futebol.
“Dei a ele o livro ‘Lo Suficientemente Loco’, uma biografia de Marcelo Bielsa. Ele me agradeceu e foi deixar as malas no quarto. Quando desceu, minutos depois, citou quatro ou cinco conceitos de jogo que estavam no livro. Isto é: no elevador, voltando do quarto, já tinha entendido a essência.”
No dia seguinte, Guardiola decidiu assistir a um River-Boca, no Monumental de Nuñez. Seu ex-colega no Dorados Angel “Matute” Morales, conseguiu um ingresso para ele. Pep se misturou à multidão e, na fila para entrar, foi parado por seguranças. “Não o reconheceram”, conta Morales. “Foi revistado como qualquer um, mas não disse uma palavra, não protestou.”
Seu caminho o levou a César Luis Menotti, técnico campeão do mundo em 1978 e técnico do “seu” Barça na temporada 1983-84.
Como um velho sábio, Menotti recebeu aquele que, por enquanto, era só um jovem aposentado do futebol. O encontro aconteceu num restaurante do bairro de Belgrano, em meio a uma nuvem de fumaça de cigarro e cheiro de uísque.
“Quando Pep me procurou, algo já o distinguia: ele tinha ideias claras. Não chegou como outros, que queriam que eu desse o caminho, como se fosse o Messias. Ele já sabia. Então disse a ele: ‘Quer ser treinador? Não tenha dúvidas, vá fundo. Seja treinador, e assim as críticas serão mais bem divididas, não vão mais ser só para mim’.”
Guardiola deixou-se seduzir e também tranquilizar pelo discurso radical do mentor de Maradona. O terceiro e último encontro irá confortá-lo ainda mais na sua decisão.
EREMITA
Maximo Paz, província de Santa Fe. Josep Guardiola marcou um encontro com o eremita do futebol argentino, “el loco” Marcelo Bielsa. Então afastado do futebol desde 2004, Bielsa vivia confinado em casa, sem dar sinais de vida.
Guardiola conseguiu o encontro graças a Lorenzo Buenaventura, seu treinador pessoal quando jogava na Itália e ex-adjunto de Luis Bonini, o braço direito de Bielsa. Hoje, Buenaventura é o preparador físico do Barcelona. A fascinação de Guardiola por Bielsa data da Copa do Mundo asiática de 2002, quando “el loco” treinava a seleção argentina.
Na época, Guardiola declarou: “Para mim, o time mais interessante do torneio é a Argentina, mesmo que não tenha passado da primeira fase. Jogou muito bem, apesar de vivermos num mundo onde, se você ganha, é bom, mesmo que não tenha ficado com a bola; e, se você perde, não importa se tentou, se teve a bola, se o time estava organizado e se tinha apostado no 3-4-3, como Bielsa fez. Você perde e é um fiasco. Vejo isso de outra forma.”
Por 12 horas, em volta de um “asado” (churrasco argentino), os dois conversaram, assistiram a trechos de jogos, debateram, brigaram, se reconciliaram e recomeçaram. Um tema, ou melhor, um homem os une acima de tudo: Louis van Gaal.
O técnico holandês é o único europeu que Bielsa já tomou como exemplo: “O modelo estrangeiro que mais me agrada é o do Ajax de Van Gaal. Ele tem um time flexível para compor suas linhas conforme as exigências do adversário na hora de recuperar a bola. O que interessa é que o time tenha um projeto de jogo próprio nos momentos ofensivos. Calculei que o Ajax dava uma média de 37 passes para trás. O torcedor via isso como recusa a jogar, mas esse passe para trás era o início de um novo ataque.”
No seu livro “Mi Gente, Mi Fútbol” (2001), Guardiola diz o mesmo de seu treinador: “Poucos times me seduziram tanto quanto o do Ajax de Van Gaal, com sua facilidade para criar o jogo da defesa, a velocidade dos jogadores das laterais e seu modo de passar a bola. Aquele Ajax conseguia resolver de maneira fantástica todos os ‘um contra um’ de um jogo. No ataque e na defesa. Assumiam todos os riscos que um time pode correr.
“Aquele Ajax tinha algo que me surpreendia, espantava, maravilhava. A disciplina do posicionamento. A posse de bola como ideia de base. O jogo constantemente sustentado. Os movimentos de dois toques… E eles faziam isso de forma tão simples quanto sublime. O Ajax de Van Gaal dava aulas de futebol aos que conheciam perfeitamente o jogo.”
‘SANGUE’
Nutrido pelo futebol total de Johan Cruyff, Guardiola consegue, acima de tudo, aplicar maravilhosamente bem os preceitos de Bielsa. “Procuro ocupar as laterais, porque a maioria das situações perigosas vem delas. O contrário significa centralizar o jogo. Qualquer estudo revela que 50% dos gols finalizados vêm das laterais. Se um treinador quer que o time domine o jogo, deve posicionar no mínimo dois jogadores por setor. Nunca posiciono os jogadores com o intuito de atacar usando o contra-ataque.
“Para mim, trata-se, antes de mais nada, de uma questão de posse de bola. Se der para ficar com ela, por que devolvê-la? Não preparo um time para esperar. Um grande time não é condicionado pelo rival. O fundamental é ocupar direito o campo, ter um time curto, com uma linha de defesa e uma de ataque separadas por no máximo 25 metros, e que nenhum zagueiro esteja ocupado marcando um adversário que não existe.”
Tocado pela sinceridade quase ingênua de Guardiola, Bielsa perguntou: “Você, que conhece toda a sujeira do mundo do futebol, o alto grau de desonestidade de certas pessoas, por que quer tanto voltar e treinar jogadores? Gosta tanto desse sangue?”. Guardiola respondeu: “Preciso desse sangue”.
O fato é que o catalão vai usar outro método de Bielsa, o de não entregar nada à imprensa. Recluso no seu silêncio há mais de uma década, o argentino havia justificado assim sua vontade de não falar: “Por que eu deveria dar entrevista a um jornalista poderoso e negá-la a um repórter do interior? Por que deveria participar de um programa que tem picos de audiência toda vez que apareço e não me deslocar até uma pequeno rádio local? Qual a lógica? Meu interesse?”.
Guardiola se apoderou da fórmula. Depois de virar treinador do Barça, não deu mais nenhuma entrevista individual. Só vai às coletivas obrigatórias do clube.
JOGO BONITO
Pep voltou à Espanha está seguro de si como nunca. Dias depois de deixar a Argentina, em 22 de outubro de 2006, declarou ao jornal “Marca”: “Por que não poderíamos ter treinadores que defendam o jogo bonito? Converso com muitos treinadores: ‘Como é esse jogador? Como faz aquele?’. Mas não tem receita. No futebol, ganha-se com estilos muito diferentes. Precisamos fazer as coisas como as sentimos. É a partir da bola que se constrói um time.”
Em 2006, Josep Guardiola tinha 35 anos, tinha ideias, mas continuava desempregado. “Seu” clube, embora fosse campeão europeu, estava desabando. Contagiado pela suficiência, o Barça de Frank Rijkaard vivia suas últimas horas de glória. Txiki Begiristain, diretor esportivo do Barcelona e braço direito de Joan Laporta, logo foi consultado por alguns dirigentes, sabendo das intenções de Guardiola.
Begiristain então decidiu, para que seu ex-colega se acostumasse, confiar a ele a direção da categoria de base e dar a Luís Enrique o Barça B. Desapontado, mas leal a seu clube de sempre, Pep aceitou. Só pediu um último encontro com Begiristain. “Pep me falou sobre sua vontade de treinar. Entendi que era o momento dele”, diz o ex-diretor dos esportes do Barça.
Em 21 de junho de 2007, seis meses depois da viagem à Argentina, Guardiola foi nomeado treinador do Barça B, que estava na terceira divisão do campeonato espanhol.
Munido de princípios e teorias, foi confrontado pela primeira vez com a realidade da vida de treinador. Alertado por amigos sobre as dificuldades das divisões inferiores, o primeiro trabalho do técnico “blau-grana” (azul e grená) consistiu na seleção de um grupo.
Ele tinha poucos dias para reduzir o número de jogadores de 50 a 23, destruindo o sonho de vários. As primeiras dúvidas surgiram logo no primeiro jogo, que acabou… em derrota. Guardiola se empenhou, construiu um time no qual um certo Sergio Busquets se impôs no meio do campo; no qual, na ponta direita, Pedro Rodriguez oferecia seu jogo feito de percussões.
Dois meses após o início do campeonato, Guardiola resumiu: “Ser treinador é fascinante. É por isso que os treinadores acham tão difícil parar. O trabalho traz uma sensação permanente de excitação, de que o cérebro gira o tempo todo a cem por hora. Começar na terceira divisão me tornará um treinador melhor, se um dia eu ocupar o banco de um profissional. Hoje sou melhor que dois meses atrás.
“Nunca tinha sido confrontado com 25 caras esperando que eu dissesse algo. Hoje posso ficar tranquilo na frente deles. Antes, no intervalo, não sabia o que dizer.”
NÚMERO UM
Guardiola sabia as palavras certas, seu time venceu o campeonato e o Barça B subiu para a segunda divisão.
Ao mesmo tempo, no andar de cima, Rijkaard deixou escapar para o Real, pela segunda vez seguida, uma liga que estava na mão. Laporta entendia que o holandês não tinha mais autoridade sobre um grupo dominado pelos egos de Ronaldinho Gaúcho e Samuel Eto’o. Começou então uma disputa de poder nos bastidores do Camp Nou entre os conselheiros do presidente.
Laporta conta: “Minha ideia era que Johan [Cruyff] treinasse o time, tendo Pep como adjunto, e que, na temporada seguinte, ele virasse o número um. Johan não disse nada. Eu o conheço, sei que toma decisões rápido. Por fim, ele me disse que deveríamos nomear Pep logo. Txiki concordava: ‘Guardiola está pronto para ser treinador do primeiro time’. Propus essa solução numa reunião. Alguns eram a favor, outros queriam Mourinho. Falei: ‘Mourinho não, vai ser o Pep’.”
Em 8 de maio de 2008, menos de dois anos depois de receber o diploma de treinador, Guardiola foi nomeado técnico do time do qual fora capitão e símbolo por cerca de dez anos. Sua primeira medida foi impor o afastamento das três estrelas: Ronaldinho, Deco e Eto’o.
Os dois primeiros aceitaram; o camaronês ganhou uma temporada de descanso. No primeiro treino, Pep se dirigiu aos jogadores: “Não vou prometer que vamos ganhar títulos. Vamos tentar. Mas apertem bem os cintos, porque vocês vão passar ótimos momentos.”
Pep acabava de se tornar Guardiola.

Publicado originalmente na revista francesa “So Foot”. Colaboraram Javier Prieto Santos e Aquiles Furlone, de Buenos Aires.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Controle da carga de treinamento aplicado ao futebol

Como os gestores de campo podem saber o momento de dar descanso ou um novo estímulo para cada atleta?
O corpo humano é controlado pelo sistema nervoso que é divido anatomicamente em sistema nervoso central e periférico e funcionalmente é dividido em sensorial, somático ou autonômico. O sistema sensorial capta as informações, o somático é responsável por nossas ações voluntárias e o autonômico regula nossas funções sem nossa consciência.
À medida que os estímulos (internos ou internos) interagem entre si, o organismo se ajusta frente a cada situação para garantir a sobrevivência.
A elevação da frequência cardíaca e da respiração durante a prática de exercício físico são exemplos dessas respostas assim como a produção de hormônios, a sudorese, o sono, etc.
No treinamento esportivo, uma das formas de controlar a carga ocorre pela monitoração da frequência cardíaca em conjunto com escalas de percepções subjetivas de esforço. Em modalidades intermitentes como o futebol, apesar de algumas limitações, essas ferramentas têm sido utilizadas com frequência e auxiliam bastante na preparação dos atletas.
Pelo fato de o sistema nervoso autônomo se estressar frente a estímulos físicos e mentais, além da condição física, também é possível verificar o nível de estresse que cada jogador se encontra.
Mas como saber o momento de dar descanso ou um novo estímulo para cada atleta?
Recentemente, a monitoração do controle autonômico surgiu como alternativa para verificar se o atleta está recuperado e pode receber uma nova carga de estímulo ou se ele ainda necessita de um período de descanso maior.
Com um eletrocardiograma ou um frequencímetro que permita o registro do intervalo de tempo entre cada batimento cardíaco, existe a possibilidade de se realizar alguns cálculos que expressam a variabilidade da frequência cardíaca e consequentemente verificar a modulação autonômica de cada sujeito.
No geral, se a condição de estresse é alta, espera-se maior participação da atividade simpática. Se a condição de estresse é baixa, então a modulação da atividade parassimpática é quem deverá predominar
De forma bem simplista é como se nosso corpo funcionasse sobre uma gangorra. Num dos lados da gangorra temos o sistema nervoso parassimpático (ativado em condição de calmaria) e do outro o simpático (ativado em condição de estresse).
Em condições normais esses dois sistemas deixam a gangorra em equilíbrio e no caso de um sistema pesar mais do que o outro esse desequilíbrio pode significar problemas.
Imagine, por exemplo, um atleta que se estressa em uma condição de treino e se recupera bem rápido e outro que se estressa igualmente, porém demora muito tempo para se recuperar. Nesse caso, se a mesma carga de treino for ministrada para ambos, obviamente que eles terão respostas diferentes ao ponto de um poder melhorar muito sua condição, enquanto o outro poderá até correr riscos de saúde ou de lesão.
Para que isso não ocorra, a monitoração do controle autonômico cardiovascular pode servir como parâmetro de controle de carga interna e consequentemente evitar que os atletas entrem, por exemplo, em supertreinamento.
Apesar da complexidade do assunto, espero que sua gangorra esteja perfeitamente equilibrada já que esse também é um bom indicativo de saúde cardiovascular.

segunda-feira, 12 de março de 2012

A fadiga do hábito e o hábito da fadiga

Dênis de Lima Greboggy e Rodrigo Vicenzi Casarin
Para se jogar futsal ou futebol é imperiosa uma capacidade e habilidade de precisão decisória. As tomadas de decisão devem ser feitas mirando determinados objetivos e sempre balizadas em ideias pretendidas para a equipe, e que abordem diversos raciocínios, conjecturas, conceitos e comparações.
E quando estamos cansados, como decidimos? Temos problemas para tomar decisões? Conseguimos estar concentrados no jogar que pretendemos? Ou tendemos pelos "caminhos mais fáceis"?
Em conversa recente entre amigos, divagamos nesta temática pertinente, contudo descurada e desentendida pelos treinadores de todos os níveis competitivos aqui no Brasil. Claro, fora daqui, sim, é outra história.
Estava nosso amigo treinador a nos narrar um caso que aconteceu dias passados com suas equipes de futsal feminino, nas categorias sub-14 e sub-16. Com um trabalho precoce (menos de um mês), seus objetivos passavam por implementar globalmente uma cultura de jogo que objetivava valorizar a bola e buscar um entendimento coletivo do jogo. Segundo ele, a quantidade de treinos semanais para a categoria era de dois treinos por semana.
Mesmo sabendo das dificuldades contextuais e da modificação brusca em termos de treino e jogo, ele aceitou participar de uma competição regional. Em função de problemas, duas jogadoras foram utilizadas nos 10 jogos que realizou (competição concentrada com um dia de duração). A categoria sub-14 fora realizada pela manhã e a sub-16 pela tarde.
Segundo ainda nosso amigo, estando pela manhã as jogadoras obviamente descansadas, a equipe sub-14 jogou seus cinco jogos com uma dinâmica fluente, conseguindo colocar em prática o jogar que ele havia treinado (posse de bola sempre e uma intencionalidade coletiva).
Durante a tarde ele teve que utilizar duas jogadoras do sub-14 na categoria sub-16. Claramente que a equipe não apresentou a mesma dinâmica, já que as duas jogadoras (fadigadas) não conseguiram decidir de forma rápida e inteligente (diferentemente de quando qualquer pessoa está descansada), especialmente quando com a posse da bola.
Faziam escolhas mais simples que por vezes eram de se livrar da bola rapidamente ou tentar o jogo individual (sem êxito), sem estarem atentas à dinâmica coletiva pretendida.
Contudo, o interessante da conversa que tivemos foi a informação de uma outra equipe que teve o mesmo problema (poucas jogadoras), jogando os 10 jogos também, e nos cinco jogos da tarde esteve com o "rendimento" parecido com o da manhã, conseguindo assim chegar à final da competição. Segundo nosso camarada, a forma de jogar dessa equipe era simples e apenas exigia o domínio da bola longa e o 1 x 1.
O fato nos fez pensar se: há diferença na fadiga entre uma forma de jogar mais elaborada e complexa, com uma forma de jogar mais simples? Até mesmo nos fez pensar sobre o pouco tempo de treino que nosso amigo teve, não estando habituadas à forma de jogar que ele queria. Então, o que pode ter acontecido com a equipe do nosso amigo? Será que por não estarem habituadas completamente às ideias de jogo (e fadigadas por este motivo), suas jogadoras optaram pelas simples decisões, fugindo das ações complexas que desempenharam nos jogos pela manhã? Existe uma grande probabilidade de a resposta ser "sim".
Diferentemente de decisões triviais, decisões complexas envolvem um conjunto maior de dimensões interdependentes. Quando estas não estão habituadas (automatizadas), se demanda muito esforço, o que acaba conduzindo a um estado de fadiga. Justificando quando falamos de habituação, diversos estudos concluíram que em tarefas demasiadamente complexas, quando na tentativa de automatizá-las, maior é a "ativação cerebral", especificamente nas áreas do córtex parietal, córtex pré-motor e o cerebelo.
Quando acontece a automatização, a atividade em áreas do cerebelo aumenta e a atividade cortical diminui. As conexões subcorticais com os gânglios da base[1] ( e o tálamo[2]) são as que controlam a execução, de maneira que esta já não necessita de um controle consciente (Correa, 2007).
Quando tratamos de mencionar o termo fadiga, temos que ter um olhar global sobre a mesma, sendo que ela irá influenciar diretamente sobre o aprendizado de novos hábitos.
A fadiga é um conjunto de manifestações produzidas por trabalho ou exercício prolongado, que tem como consequência a diminuição ou dano na capacidade funcional de manter ou continuar o rendimento (o jogar coletivo) esperado com a concentração e intensidade elevadas. No nível bioquímico, podemos considerar a fadiga periférica sendo uma perda da força e potência que ocorre independe da ação neuronal. Já a fadiga central é uma redução progressiva do direcionamento voluntário do potencial de ação para os neurônios motores durante o jogo.
Desta forma, estivemos pensando que, no momento que as jogadoras adquirirem novos hábitos (memória implícita), haverá uma economia de energia e um menor desgaste e antecipação da resposta, reduzindo consideravelmente a fadiga (central e periférica, com seus níveis de lactato respectivamente[3]).
Agora, quando as jogadoras estarão habituadas totalmente? Não sabemos! Mas por qual razão não sabemos? Pelo fato complexo do hábito ser modelado constantemente. Mas sabemos que uma questão é certa: o que determinará novos hábitos será sempre o processo de treino. Este deverá sempre promover hábitos "mecânicos-abertos" e hábitos "criativo-contextuais", que acabam por diminuir a temida fadiga, ou seja, se "habituando para a fadiga", e ao mesmo tempo "deixando espaço" para novas possibilidades.
Para ilustrar o que o nosso amigo relatou, mencionamos aqui o estudo de Silva et al., (2000) onde os autores relataram que "um futebolista lateral está acostumado a atacar o adversário (será que está mesmo?) em constante velocidade e voltando rapidamente para a zona de defesa (em que contexto seria o rapidamente?), portanto, solicitando muito a via lática". No mesmo estudo ainda: "Esse jogador fez um primeiro tempo com grande desenvoltura (em que sentido?), mas, na segunda etapa, andou em campo" (andou em campo porque está habituado a andar nos treinamento bem possivelmente, ou seja, treina errado, ou, treina com ineficácia).
O estudo acima condiz plenamente com a complexidade do jogar futebol e está relacionado perfeitamente com o relato do nosso amigo. Fato é: existem níveis de desempenho individuais e coletivos. Quando se olha apenas para o aspecto individual isolado, como no caso do estudo supracitado, comete-se um erro colossal que muitos pesquisadores entendidos da fisiologia (Balikian, Lourenção, Ribeiro, Festuccia, & Neiva, 2002) o fazem, que é "preparar fisicamente" os jogadores sem a bola, ou de maneira integrada (onde a bola está em todos os momentos, porém ineficaz também) como muitos gostam, sem olhar as interações posicionais e sem considerar o aspecto complexo do jogar futebol.
Por fim, nosso amigo, quando ler esse artigo (seguramente), deve ficar mais seguro dos "porquês" da falta de funcionalidade fluída de sua equipe sub-16 nessa competição, e seguramente na próxima competição, suas decisões-ações complexas terão uma regularidade maior e um desgaste menor, pois o treino condicionará isso. Como? O treino diminui a fadiga ao invés de cansar? Que loucura é essa? Nosso amigo conhece bem essa loucura. Agora, como fazer os "treinadores delinquentes obsessivos pelo suor" compreenderem essa questão? E eles sabem o que é treino, hábito, fadiga e futebol?
Bom, temos certeza de que nosso amigo prefere um jogar complexo-criativo que demore "um período" para ter fluidez a um jogar "comunzinho" que demore dois treinos para os jogadores estarem "habituados". Quase todos estão no jogar "comunzinho", os videntes-metodológicos já anteciparam há tempo!

[1] Determinada área do cérebro responsável de forma geral pelo controle motor.
[2] O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos nervosos para o córtex cerebral.
[3] Ide & Secher (2000) mostraram substanciais evidências de que o cérebro também consome lactato, particularmente durante exercícios intensos, continuando a consumi-lo durante um período de 30 minutos de recuperação.





domingo, 11 de março de 2012

A ação do treinador: dos gritos à descoberta guiada

Interferência é direta na dinâmica de toda a atividade, modificando objetivos e respostas dos atletas no treino
"Para mim liderar não é mandar, para mim liderar é guiar"
José Mourinho

"Ser treinador de futebol não é nada fácil...": essa frase muitas vezes remete à instabilidade do cargo, mas nesta coluna tal afirmação serve muito bem para ilustrar a complexidade da ação desse profissional dentro do processo de treino.
Em um processo de treino pautado na complexidade, a ação do treinador interfere diretamente na dinâmica de toda a atividade, modificando os objetivos e as ações dos jogadores dentro do treino.
No estudo de Rampinini e outros autores (Factors influencing physiological responses to small-sided soccer games), podemos observar como a intervenção do treinador modifica diretamente os parâmetros físicos das atividades.
Nesse estudo, os autores submetem os jogadores a jogos reduzidos com e sem a intervenção verbal dos treinadores. A frequência cardíaca, concentração de lactato sanguíneo e na percepção subjetiva de esforço foram mesurados e analisados em cada atividade.
Os dados mostram que quando há a intervenção ativa com estímulo verbal do treinador, há um incremento em todos os parâmetros observados; já quando não há a intervenção do treinador, esses dados sofrem uma queda significativa. Sendo assim, podemos concluir que a ação do treinador interfere diretamente no estímulo físico dentro dos jogos reduzidos.
Contudo, não basta incentivar verbalmente os jogadores para que eles corram mais, ou gritar se eles cometerem algum erro dentro da atividade: é preciso saber guiar todo o processo!
Guiar todo o processo significa orientar os jogadores para aquilo que se espera dentro do jogo. Na base, essa orientação vai além do jogo e se foca (pelo menos deveria) no desenvolvimento de jogadores inteligentes e como visão crítica sobre o jogo, e não simplesmente obedientes taticamente.
O treinador precisa traçar os objetivos e guiar os jogadores ao longo do caminho. Nesse âmbito, a dura ou a repreensão pode e deve ser utilizada em momentos pertinentes, pois formar muitas vezes requer esse tipo de intervenção (claro que com toda a ação pedagógica embutida).
Para José Mourinho, os jogadores precisam ser estimulados a discutir, questionar, experimentar. Tudo com a supervisão e orientação de toda a comissão, que não deve deixar que isso se torne em uma grande discussão, na qual qualquer raciocino é permitido.
A discussão precisa ter um norte, que evolui a cada treino e não deixa que os jogadores se acomodem em questões antigas. Nesse processo, denominado de "descoberta guiada" pelo treinador português, não há estagnação e as discussões evoluem a cada treino e a cada jogo.

Sabemos que cada atividade tem seu objetivo e nosso papel como professor em sua essência deve ser de levar os atletas a entender e avaliar a eficiência de suas ações jogo a jogo, treino a treino.
Em suma, precisamos guiar o processo e não trazer respostas prontas com conteúdo vazio de significado para os atletas.
Lembre-se que esse guiar passa pelos aspectos físicos, técnicos e mentais do jogo, e não apenas pela tática.
Até a próxima.

Princípios estruturais: atividades práticas para apoio e mobilidade

Confira três exemplos para o desenvolvimento de tais princípios de modo fractal ao jogo em modelo pensado
Dentro do Modelo de Jogo, temos os princípios operacionais, que regem a ação dos jogadores, como vimos em colunas anteriores, e os princípios estruturais, que orientam os atletas na ocupação do espaço.
Os princípios estruturais são referências para que os jogadores ocupem de maneira inteligente o espaço do jogo nos momentos de ataque, defesa e transição.
Em linhas gerais, servem como “ferramentas” para deixar o “campo grande” quando a equipe está atacando e o “campo pequeno” quando a equipe está defendendo.
Além de auxiliar na estruturação do espaço nos momentos de transição.
Segundo Leitão (2009) os mesmo podem ser elencados da seguinte maneira:
Princípios Estruturais de Ataque:
Amplitude
Penetração
Profundidade
Mobilidade
Apoio
Ultrapassagem
Compactação Ofensiva
Princípios Estruturais de Defesa:
Retardamento
Cobertura
Equilíbrio
Flutuação
Recuperação
Compactação Defensiva
Bloco
Direcionamento
Princípios Estruturais de Transição Ofensiva:
Densidade Ofensiva
Balanço Ofensivo
Proporção Ofensiva
Princípios Estruturais de Transição Defensiva:
Densidade Defensiva
Balanço Defensivo
Proporção Defensiva
Outros autores, como Vazqués Folgueira (2001), Parreira (2005), Hughes (1974), Bangsbo e Peitersen (2002) tratam de tais princípios, mas a nomenclatura difere de autor para autor e de país para país. O que importa é a essência de cada um deles seja entendida.
Pois bem! na coluna desta semana vou me focar em dois princípios de ataque: apoio e mobilidade.
O apoio, segundo Parreira (2005) e Leitão (2008) se refere à ocupação do espaço de jogo de maneira inteligente a fim de criar linhas de passe para o portador da bola.


Já a mobilidade, segundo os mesmos autores citados acima, se refere à movimentação coordenada de jogadores da equipe a fim de desestabilizar a defesa adversária e criar linhas de passe para o portador da bola. É algo parecido com o rodízio feito no futsal, por exemplo.


Definidos tais princípios, preciso agora pensar em como eles se articulam com as demais referências da minha equipe.
Por exemplo, se tenho como princípio operacional de ataque a manutenção da posse de bola, devo ter muito bem desenvolvido tanto o apoio como a mobilidade (além disso, devo verificar se os mesmos estão contribuindo para o cumprimento da lógica do jogo!).
Visto isso, o próximo passo é...
Estruturar as atividades!
Abaixo, seguem três atividades para o desenvolvimento de tais princípios de uma maneira fractal ao jogo e que leva em conta um Modelo de Jogo hipotético elaborado para fins didáticos:
Atividade 1

Descrição
- Atividade de 4 X 2 (“Bobinho”): o objetivo é estimular a criação de apoios e a mobilidade. Essa atividade pode ser utilizada no aquecimento de categorias maiores ou mesmo na parte principal do treino em categorias menores. O número de jogadores pode variar.

Regras e Pontuação
- Os quatro jogadores devem manter a posse de bola sem que os dois defensores a recuperem; se isso ocorrer, quem errou o passe ou perdeu a bola vai para o lugar do defensor.
- O jogador que fez o passe não pode ficar no lugar. Deve se movimentar em qualquer direção e criar uma nova linha de passe. Com isso, a atividade fica mais dinâmica e a mobilidade é estimulada.

Atividade 2

Descrição
- Atividade de 6 X 6, em que o objetivo das equipes é manter a posse de bola.

Regras e Pontuação
-O campo é dividido em quatro quadrantes. 
- A equipe para pontuar deve trocar o maior número de passes possível sem interrupção.
- Cada jogador só pode fazer um passe dentro de cada quadrante. Por exemplo, após o jogador “A” realizar um passe no quadrante “X”, ele deve se deslocar para qualquer outro quadrante de campo para tocar na bola novamente.

Atividade 3

Descrição
- Atividade de 11 X 7, jogo de ataque contra defesa com regras adaptadas.

Regras e Pontuação
Ataque
- Marca 5 pontos quando fizer o gol.
- Marca 2 pontos quando trocar 8 passes.

Defesa
- Marca ponto quando ultrapassar a linha tracejada. A pontuação será de acordo com a quantidade de passes realizados antes de ultrapassar a linha tracejada, ou seja, se a equipe trocar 10 passes e ultrapassar a linha tracejada, marca 10 pontos.

Em próximas colunas vou abordar outros princípios e apresentar atividades para o desenvolvimento das mesmas.
Até a próxima!