domingo, 11 de março de 2012

Princípios estruturais: atividades práticas para apoio e mobilidade

Confira três exemplos para o desenvolvimento de tais princípios de modo fractal ao jogo em modelo pensado
Dentro do Modelo de Jogo, temos os princípios operacionais, que regem a ação dos jogadores, como vimos em colunas anteriores, e os princípios estruturais, que orientam os atletas na ocupação do espaço.
Os princípios estruturais são referências para que os jogadores ocupem de maneira inteligente o espaço do jogo nos momentos de ataque, defesa e transição.
Em linhas gerais, servem como “ferramentas” para deixar o “campo grande” quando a equipe está atacando e o “campo pequeno” quando a equipe está defendendo.
Além de auxiliar na estruturação do espaço nos momentos de transição.
Segundo Leitão (2009) os mesmo podem ser elencados da seguinte maneira:
Princípios Estruturais de Ataque:
Amplitude
Penetração
Profundidade
Mobilidade
Apoio
Ultrapassagem
Compactação Ofensiva
Princípios Estruturais de Defesa:
Retardamento
Cobertura
Equilíbrio
Flutuação
Recuperação
Compactação Defensiva
Bloco
Direcionamento
Princípios Estruturais de Transição Ofensiva:
Densidade Ofensiva
Balanço Ofensivo
Proporção Ofensiva
Princípios Estruturais de Transição Defensiva:
Densidade Defensiva
Balanço Defensivo
Proporção Defensiva
Outros autores, como Vazqués Folgueira (2001), Parreira (2005), Hughes (1974), Bangsbo e Peitersen (2002) tratam de tais princípios, mas a nomenclatura difere de autor para autor e de país para país. O que importa é a essência de cada um deles seja entendida.
Pois bem! na coluna desta semana vou me focar em dois princípios de ataque: apoio e mobilidade.
O apoio, segundo Parreira (2005) e Leitão (2008) se refere à ocupação do espaço de jogo de maneira inteligente a fim de criar linhas de passe para o portador da bola.


Já a mobilidade, segundo os mesmos autores citados acima, se refere à movimentação coordenada de jogadores da equipe a fim de desestabilizar a defesa adversária e criar linhas de passe para o portador da bola. É algo parecido com o rodízio feito no futsal, por exemplo.


Definidos tais princípios, preciso agora pensar em como eles se articulam com as demais referências da minha equipe.
Por exemplo, se tenho como princípio operacional de ataque a manutenção da posse de bola, devo ter muito bem desenvolvido tanto o apoio como a mobilidade (além disso, devo verificar se os mesmos estão contribuindo para o cumprimento da lógica do jogo!).
Visto isso, o próximo passo é...
Estruturar as atividades!
Abaixo, seguem três atividades para o desenvolvimento de tais princípios de uma maneira fractal ao jogo e que leva em conta um Modelo de Jogo hipotético elaborado para fins didáticos:
Atividade 1

Descrição
- Atividade de 4 X 2 (“Bobinho”): o objetivo é estimular a criação de apoios e a mobilidade. Essa atividade pode ser utilizada no aquecimento de categorias maiores ou mesmo na parte principal do treino em categorias menores. O número de jogadores pode variar.

Regras e Pontuação
- Os quatro jogadores devem manter a posse de bola sem que os dois defensores a recuperem; se isso ocorrer, quem errou o passe ou perdeu a bola vai para o lugar do defensor.
- O jogador que fez o passe não pode ficar no lugar. Deve se movimentar em qualquer direção e criar uma nova linha de passe. Com isso, a atividade fica mais dinâmica e a mobilidade é estimulada.

Atividade 2

Descrição
- Atividade de 6 X 6, em que o objetivo das equipes é manter a posse de bola.

Regras e Pontuação
-O campo é dividido em quatro quadrantes. 
- A equipe para pontuar deve trocar o maior número de passes possível sem interrupção.
- Cada jogador só pode fazer um passe dentro de cada quadrante. Por exemplo, após o jogador “A” realizar um passe no quadrante “X”, ele deve se deslocar para qualquer outro quadrante de campo para tocar na bola novamente.

Atividade 3

Descrição
- Atividade de 11 X 7, jogo de ataque contra defesa com regras adaptadas.

Regras e Pontuação
Ataque
- Marca 5 pontos quando fizer o gol.
- Marca 2 pontos quando trocar 8 passes.

Defesa
- Marca ponto quando ultrapassar a linha tracejada. A pontuação será de acordo com a quantidade de passes realizados antes de ultrapassar a linha tracejada, ou seja, se a equipe trocar 10 passes e ultrapassar a linha tracejada, marca 10 pontos.

Em próximas colunas vou abordar outros princípios e apresentar atividades para o desenvolvimento das mesmas.
Até a próxima!

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